Há palavras que nos beijam
Como se tivessem boca.
Palavras de amor, de esperança,
De imenso amor, de esperança louca.
Palavras nuas que beijas
Quando a noite perde o rosto;
Palavras que se recusam
Aos muros do teu desgosto.
De repente coloridas
Entre palavras sem cor,
Esperadas inesperadas
Como a poesia ou o amor.
(O nome de quem se ama
Letra a letra revelado
No mármore distraído
No papel abandonado)
Palavras que nos transportam
Aonde a noite é mais forte,
Ao silêncio dos amantes
Abraçados contra a morte.
Alexandre O'Neill, No Reino da Dinamarca
2 comentários:
Beleza pura, né não? Os últimos 4 versos tiram o fôlego.
Feliz Natal!
"Se ainda bates coração não te sei dizer que não vou contigo até ao fim".
Um excelente Ano.
http://batidasfotograficas.blogspot.com/
Grato pela visita,
Abraço
Manuel Luís (kuito)
Enviar um comentário