05/02/2010

Sem Outro Intuito

Atirávamos pedras

à água para o silêncio vir à tona.

O mundo, que os sentidos tonificam,

surgia-nos então todo enterrado

na nossa própria carne, envolto

por vezes em ferozes transparências

que as pedras acirravam

sem outro intuito além do de extraírem

às águas o silêncio que as unia.




Luís Miguel Nava

Vulcão I

Poesia Completa

1979-1994

Prefácio de

Fernando Pinto do Amaral

Organização e Posfácio de

Gastão Cruz

Publicações D. Quixote

2002

1 comentário:

Gerana Damulakis disse...

Uma beleza de poema, que jogo em torno do silêncio.