12/03/2010

Pablo Neruda

Para meu coração teu peito basta,
para que sejas livre, minhas asas.
De minha boca chegará até o céu
o que era adormecido na tua alma.
Mora em ti a ilusão de cada dia
e chegas como o aljôfar às corolas.
Escavas o horizonte com tua ausência,
eternamente em fuga como as ondas.
Eu disse que cantavas entre vento
como os pinheiros cantam, e os mastros
Tu és como eles alta e taciturna.
Tens a pronta tristeza de uma viagem.
Acolhedora como um caminho antigo,
povoam-te ecos e vozes nostálgicas.
Despertei e por vezes emigram e fogem
pássaros que dormiam em tua alma.

2 comentários:

Manuel Anastácio disse...

De quem é a tradução?

cduxa disse...

Poderia ter colocado o poema n.º 12 em espanhol, citado pelo autor (http://www.youtube.com/watch?v=swzDsrSgqt0),
mas optei pela tradução (que não sei de quem é).