08/05/2011

Imagem

Este é o poema duma macieira.
Quem quiser lê-lo,
Quem quiser vê-lo,
Venha olhá-lo daqui a tarde inteira.

Floriu assim pela primeira vez.
Deu-lhe um sol de noivado,
E toda a virgindade se desfez
Neste lirismo fecundado.

São dois braços abertos de brancura;
Mas em redor
Não há coisa mais pura,
Nem promessa maior.



Miguel Torga
Vila Nova, 4 de Abril de 1936


In, Antologia Pessoal da Poesia Portuguesa. Eugénio de Andrade. Campo das Letras

1 comentário:

mfc disse...

Uma alegoria perfeita!