Este é o poema duma macieira.
Quem quiser lê-lo,
Quem quiser vê-lo,
Venha olhá-lo daqui a tarde inteira.
Floriu assim pela primeira vez.
Deu-lhe um sol de noivado,
E toda a virgindade se desfez
Neste lirismo fecundado.
São dois braços abertos de brancura;
Mas em redor
Não há coisa mais pura,
Nem promessa maior.
Miguel Torga
Vila Nova, 4 de Abril de 1936
In, Antologia Pessoal da Poesia Portuguesa. Eugénio de Andrade. Campo das Letras
1 comentário:
Uma alegoria perfeita!
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