20/06/2011

Nocturno

Por onde quer que minha alma
navegue, ou ande, ou voe, tudo, tudo
é seu. Que tranquila
em toda a parte, sempre;
agora na alta proa
que em duas pratas abre o azul profundo,
descendo ao fundo ou subindo ao céu!


Oh, que serena a alma
quando se apoderou,
como rainha solitária e pura,
do seu império infindo!



Juan Ramón Jiménez, in "Diario de Un Poeta Reciencasado"
Tradução de José Bento

2 comentários:

mfc disse...

É contagiante essa paz!

CAROLINA SURIANI CAETANO disse...

Este poema eu pensava ser indizível. Como se nunca precisasse de si mesmo, é infinito.