«... o clarão perdia terreno: já se via o bananal, apagavam-se, ao longe, os contornos da selva, o rio fundira-se na noite e os troncos cinzentos das três palmeiras começavam a vestir-se de luto. Quando chegasse a manhã, derramando da sua inesgotável cornucópia a luz dos trópicos, haveria ali apenas um montão de cinzas que o vento, em breve, dispersaria....»
Ferreira de Castro (1898-1974) é um dos mais significativos romancistas portugueses, traduzido e lido em todo o mundo e também dos mais apreciados em toda a vasta comunidade onde se fala a língua portuguesa.
Alguns dos seus romances retratam um Brasil apaixonante, misterioso e revelador, outros penetram no húmus português e outros ainda ocupam-se dos problemas trágicos de um mundo dilacerado que procura descobrir a sua verdade. O que descobrimos, porém, em qualquer dos romances de Ferreira de Castro é a mesma profunda paixão pelo destino do homem, o seu apego a uma verdade fundamental que se alicerça na conquista de um ideal de liberdade humana.
Não é possível pensar no romance português deste século sem, de imediato nos referirmos a Ferreira de Castro como precursor do neo-realismo, ao seu nome e à sua obra, de tal modo nos surgem como essenciais para a pesquisa do quotidiano.
Alguns dos seus romances retratam um Brasil apaixonante, misterioso e revelador, outros penetram no húmus português e outros ainda ocupam-se dos problemas trágicos de um mundo dilacerado que procura descobrir a sua verdade. O que descobrimos, porém, em qualquer dos romances de Ferreira de Castro é a mesma profunda paixão pelo destino do homem, o seu apego a uma verdade fundamental que se alicerça na conquista de um ideal de liberdade humana.
Não é possível pensar no romance português deste século sem, de imediato nos referirmos a Ferreira de Castro como precursor do neo-realismo, ao seu nome e à sua obra, de tal modo nos surgem como essenciais para a pesquisa do quotidiano.

2 comentários:
Guardo( herdada) A volta ao Mundo... um repositório fotográfico de alto nível da responsabilidade do escritor.
No quarto do meu pai, na casa do Couto, em Vila Real, repousava numa velha prateleira, toda a obra de Ferreira de Castro. Livros cor de café com leite, efeito do tempo, cujas folhas tiveram de ser cortadas, utilizando, meu pai, para o efeito, aquele corta papéis que rasgava mais do que cortava e isso era bem visível, dando-lhes um toque muito pessoal...
Daquela obra que tanto me seduzia, despertavam-me especialmente a atenção os títulos: "A selva" e "A curva da estrada" que não sei se li, não me lembro... ainda hoje tenho uma fixação por curvas. Qualquer dia coloco por aqui umas fotos das minhas curvas (das estradas, claro).
Bj
fmn
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