20/05/2012

FADO DAS ÁGUAS


FADO DAS ÁGUAS

Dentro do rio que corre
No leito da minha voz…
Há uma saudade, que morre,
Dentro do rio que corre
Em lágrimas até à foz.

Dentro do mar, mais profundo,
Reflectido em meu olhar,
Não pára o pranto, um segundo,
Dentro do mar, mais profundo,
No meu rosto a desmaiar.

Dentro das águas, nascentes
Das fontes, que a alma canta
Num crescendo de correntes,
Dentro das águas, nascentes
Correm mágoas p’la garganta.

Dentro da chuva caída,
Como franjas do meu fado,
Eu encharco a minha vida…
Dentro da chuva caída,
Meu canto é d’águas lavado!

Eu encharco a minha vida…
Dentro da chuva caída
Como franjas do meu fado!!!

Poema: Mário Rainho.
Música: Alfredo Marceneiro.

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