06/08/2012

Lua Nova

Na sombra do olhar, uma imagem [ de lonjuras e verdes].
O silêncio [amortalha a dor] perante a derradeira verdade
[ a de S.Tomé].
A lua nova dá lugar ao sol, num movimento perpétuo.  
O rio corre, inquieto, entre as margens. A cidade dorme [enrolada em lençóis de rosas com espinhos].
Que comece um novo dia...

Maria Pereira

“Enfim, um pássaro cantou…
Que me diz aquela voz que eu não esperava? Porque ela tem um valor… Eu quero que ela tenha um valor!
Diz-me, naturalmente, que nós somos uns seres muito sensíveis e inquietos, que tudo nos agita. E… ai de nós quando deixarmos de assim ser!
Ai de nós quando cegarmos e ensurdecermos moralmente!
Só de pensar na perfeita indiferença, ou na perfeita serenidade, o coração se me aperta. Penso que será a antecipação da morte.”


Irene Lisboa in Solidão, Notas do punho de uma mulher,
1ª edição, assinada com o pseudónimo João Falco, Seara Nova, Lisboa, 1939

(Retirado do blog do Manuel Poppe a transcrição deste excerto de Irene Lisboa) 

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