Não posso adiar o amor para outro século
não posso
ainda que o grito sufoque na garganta
ainda que o ódio estale e crepite e arda
sob as montanhas cinzentas
e montanhas cinzentas
Não posso adiar este braço
que é uma arma de dois gumes amor e ódio
Não posso adiar
ainda que a noite pese séculos sobre as costas
e a aurora indecisa demore
não posso adiar para outro século a minha vida
nem o meu amor
nem o meu grito de libertação
Não posso adiar o coração.
António Ramos Rosa
3 comentários:
Muito bonito.
adiar o coração é ruim, é como parar de viver, é como está no fim, sem saída, sem ter o que fazer..
Charlie B.
Bonito é pouco. É estupendo. O poema é um grito de desespero,o desespero de não puder adiar. Vou simplesmente, por conta deste poema, mergulhar em Ramos Rosa. Não posso adiar, tenho que conhecer mais e mais, conheço poucos poemas dele.
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