09/05/2010

"A religiosa Portuguesa"



Eugène Green filma "A Religiosa Portuguesa" à luz das velas
Os filmes de Eugène Green não se parecem com mais nada. Acaba de rodar "A Religiosa Portuguesa", reavivando uma história do século XVII na Lisboa dos "graffiti".
O Mesa de Frades, em Alfama, tem uma existência curta e uma reputação grande. Especialistas dir-vos-ão que é dos melhores sítios em Lisboa para ouvir fado. Numa noite de sorte, Camané pode estar na mesa ao lado, espectador como os outros ou, se a vontade chegar, fadista sem igual. "Em França, é inconcebível que um cantor com tanta aura nacional possa estar humildemente num lugar a ouvir músicos que não estão ao mesmo nível", diz o realizador Eugène Green, um americano tornado francês, que filma em Portugal. Na noite anterior, levou Adrien Michaux, actor de todos os seus filmes ao Mesa de Frades, porque "queria que ele descobrisse o fado". "E Camané também apareceu, como nós, ao fim da noite.
Ler  a notícia completa no ípsilon 



As Cartas portuguesas – Apesar de ser uma obra da literatura francesa, é quase mais conhecida em Portugal que no seu país de origem. Trata-se de cinco cartas, publicadas em Paris em 1669, sem nome de autor, e com a menção “traduzidas do português”. A critica moderna atribuiu esse texto, com bastante certeza, a Gabriel de Lavergne de Guilleragues, diplomata e homem de letras não tendo escrito nada notável para além disso. As cartas são dirigidas por uma religiosa portuguesa a um oficial naval francês com o qual teve uma ligação e que a abandonou. Suscitaram desde a sua publicação uma controversa quanto à sua “autenticidade”. Com efeito, Mariana Alcoforado realmente existiu e viveu uma paixão semelhante no seu convento de Beja. O autor das Cartas decerto conhecia essa história. Mas nada indica que tenha visto os escritos da verdadeira religiosa, e vários elementos tornam impossível a ideia de se tratar de uma tradução: entre outros detalhes, a heroína diz numa das cartas que da varanda do seu quarto no convento de Beja, cidade situada no interior do Alentejo, perto da fronteira espanhola, contempla… o mar. Essa história não comporta nenhuma estrutura dramática, mas os leitores ficaram sempre abalados pela verdade psicológica que exprime. Rilke traduziu as Cartas em alemão, e o poeta Eugénio de Andrade, entre outros, deu-nos a sua versão portuguesa.
Continuar a ler aqui.

3 comentários:

Gerana Damulakis disse...

E creio que também são mais conhecidas no Brasil do que na França.

Bípede Falante disse...

Minha edição das Cartas Portuguesas coloca Mariana Alcoforado como sendo a autora. Não sabia dessa possibilidade de ser outro o autor.
Vivendo e aprendendo!

cduxa disse...

Cara Bípede, segundo o que li, (e está aí em cima)são duas autoras diferentes (coincidências).