Águas-furtadas
Óeo sobre Tela 120x120cm
Óeo sobre Tela 120x120cm
de António Tapadinhas
A noite chega devagar. Vejo nitidamente outras águas furtadas do casario (roubadas ao céu) numa regência de vários séculos. O Douro, quase a chegar a S. João da Foz , espraia-se na ânsia do seu regaço.
Das águas furtadas as vidas são aconchegantes. Partilham-se sonhos pelas paredes que tocam o céu. As prateleiras como uma segunda pele, envolvem-nas voluptuosamente. Em reminiscências intemporais da mesma completude.
Entre as estrelas e as luzes espelhadas no rio, às vezes (a custo) escolho.
Os livros ainda nos caixotes. Abraçados, como um clã de suricatas. Ali, têm sono, muito sono, todo o sono. E talvez sonhem com florestas ou palavras ausentes.
(Agradeço ao António Tapadinhas, a amabilidade na divulgaçao da imagem da sua pintura
Águas-furtadas, assim como das suas amáveis palavras)

2 comentários:
Recomeçar implica sempre um novo olhar, mais atento, como se de uma necessidade de apaziguamento como a nova paisagem antes do abrir as malas.
Beijo :)
Sim Ac, recomeçar é sair vitorioso num novo olhar (mesmo sabendo que quase tudo é impossuível.
Beijo
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